O Louco e Eu: Uma Jornada Entre Luz e Sombra
Carta do Dia 22 de Agosto
8/22/20254 min read


A verdade é que eu sempre quis contar histórias.
E quando você quer muito uma coisa e não sabe muito bem como fazê-la, às vezes você se bloqueia. E outras, você encontra maneiras.
Talvez essa seja a minha história como escritor. Ou pseudo escritor, talvez. De pessoa que ama registrar momentos. Talvez porque eu me esqueça tanto das coisas, que pra mim é importante tê-las registradas. Pra que, quando passem as páginas do tempo, eu possa voltar e vê-las.
Eu estou escrevendo hoje porque eu posso falar, enquanto meus pensamentos saem da minha boca. Eu gravo esse áudio e tenho essa materialização.
Eu nunca fui a pessoa que conseguia escrever muito bem. Talvez por ser um TDAH. Por ter sido diagnosticado com dislexia quando criança. Talvez por falta de prática, dedicação. Ou talvez apenas é o que é.
E eu sou um buscador de respostas. Às vezes, de coisas que sequer talvez tenham tanta importância. Mas cada vez que eu mergulho no “eu”, eu encontro um oceano vasto. E a verdade é que às vezes eu me afogo nele.
Eu sei que o meu caminho está dentro de mim mesmo. E, nessa busca incessante por caminhos, às vezes eu me perco.
E assim começa a jornada do Louco no tarô. E aí a minha conexão com o tarô, com a história e com o sentimento que vem de cada um desses arcanos, é, de alguma forma, esse caminho.
A realidade é que eu ainda não sei ao certo aonde isso me levará. Mas eu sei que eu vou passar por cada um dos arcanos e conseguir entender, de alguma forma, quais são esses sinais que a vida vem deixando para que eu interprete.
Talvez sim, eu esteja romantizando a minha vida. Talvez sim, seja apenas a forma de um escritor frustrado colocar dentro de palavras o que ele nunca foi antes capaz de fazer através da dedicação e da escrita. Mas agora, as palavras se materializam através da minha boca, com os meus sentimentos, e se transformam em palavras.
Assim, quase como uma alquimia.
Talvez também eu seja apenas um pouco infantil, e busque respostas em sinais. Mas, afinal, se eu sou infantil, a sociedade inteira sempre foi. A humanidade é baseada em sinais. As interações sociais que a gente tem, cada uma delas é um sinal. A relação com o dinheiro é um sinal. O próprio dinheiro é um sinal. O carro é um sinal. O seu filho, sua filha, seu parceiro, sua parceira — são sinais.
Quando a gente está em um lugar, fazendo alguma coisa, foi um chamado. Um chamado do destino para que vocês, todos que estão aqui neste momento, estejam aqui neste momento.
Mas na vida que a gente vive, às vezes estar presente é tão difícil. Estar de verdade, conectado com o aqui e com o agora. Não pensando nas infinidades de caminhos que já foram percorridos. Nem na infinidade de caminhos que se querem ser trilhados.
Na minha página no Instagram, @pedru.tarot, eu falo sobre as cartas do tarô. Eu já comecei várias formas diferentes de fazer essa explicação, e finalmente encontrei uma forma que eu me sinto confortável. Uma forma que também me ensina que, por mais que eu ame os arcanos e esteja aprendendo todos os dias sobre a energia de cada um deles, ainda é um território novo. Um território que eu estou desbravando a cada dia.
É uma forma de eu ir seguindo, aprendendo, desenrolando essa teia, desenrolando esse novelo de lã e descobrindo o que está no centro.
Essa viagem, que pode ser feita de tantas formas através do tarô, pode ser lida e compreendida de tantas maneiras. E tudo começa com a jornada do Louco.
Eu já falei lá sobre o Louco, o Diabo, o Carro, o Enforcado, a Imperatriz, os Amantes, a Roda da Fortuna, a Força…
E já fiz o roteiro para o Hierofante, para a Temperança e para o Julgamento.
Cada uma dessas cartas está me ensinando.
Cada uma delas transmite alguma energia pra mim.
De como eu posso trilhar melhor o meu caminho.
De como entender melhor a minha jornada atual.
Eu chamo isso de um jogo de luz e sombras.
Quando a gente consegue transformar em palavras coisas que os arcanos nos mostram através dos seus arquétipos, é quando a gente pode, de alguma forma, buscar respostas que por tanto tempo foram perguntadas.
Eu adoro ter uma leitura de tarô feita por outra pessoa.
Mas estar mais próximo dos arcanos de forma diária e constante… é uma jornada muito intensa.
Aí vêm as forças, as energias, a luz e a sombra… ecoando pelo tempo e pelo espaço em direção a mim.
E de mim, em direção ao espaço.
E nem sempre eu venço esse pequeno desafio.
Nem sempre eu consigo entender completamente o que cada uma dessas cartas quis me mostrar nesse momento.
E esse é o jogo da vida própria.
Talvez eu também seja uma pessoa que pensa demais.
Que busca respostas.
Que busca perguntas.
Que faz como uma criança e quer saber absolutamente tudo.
Sabe a fase da criança onde ela fica perguntando tudo?
Talvez seja algo que eu amo: conversar com essas crianças e entender como o cérebro delas está ali, lutando para fazer conexões.
Pode ser que meu cérebro, outra vez, diga que eu sou infantil.
Mas eu espero ter forças para nunca mais me desconectar da minha criança interior.
Curá-la.
Respeitá-la.
Honrá-la.
E entender, sim, que cada uma das cartas que eu venho falando, estudando, vivendo e aprendendo… sejam meus portais de elevação da consciência.
Espero encontrar pessoas pelo caminho.
Gratidão.
Echo